Governança Corporativa

Governança Corporativa

Governança corporativa é o sistema, o qual são envolvidos os relacionamentos entre sócios, conselho de administração, diretoria, órgãos de fiscalização e demais partes interessadas, em que as empresas e as demais organizações são dirigidas, monitoradas e incentivadas. Dessa forma, esse modelo e as startups aparentam ser incompatíveis à primeira vista, pois muitos empreendedores e até mesmo investidores entendem que inserir processos de governança demanda muito tempo e energia, além de que diminuem a flexibilidade, engessando o negócio. Ou seja, tal prática estaria em total desacordo com o ritmo de uma startup, que por atuar em condições de extrema incerteza, precisa escalar e crescer rapidamente, assim como se adaptar constantemente. Porém, essa visão está ancorada em processos de governança de grandes empresas, que necessitam de procedimentos muito estruturados em todos os seus âmbitos. Nesse sentido, devido ao ritmo de crescimento e necessidade de flexibilidade das startups é possível entender alguns dos motivos pelos quais esse sistema é fundamental para esse tipo de negócio, haja vista que a governança corporativa pode e deve estar adequada ao estágio do negócio

Startups são formadas por pessoas, critério que, inclusive, é o mais importante na análise do investidor-anjo (ou do gestor de venture capital, por exemplo) para a tomada de decisão de investimento. São empreendedores e empreendedoras (os chamados founders) que constroem o negócio e é o relacionamento e alinhamento de visão entre eles e seus sócios-investidores que pode agregar um enorme valor ao negócio. Entretanto, a relação entre investidores-anjos e founders pode apresentar uma assimetria de informações e, eventualmente, um conflito de interesses, evidenciando várias dificuldades. Nessa perspectiva,a tomada de decisões que não estão no melhor interesse da companhia como um todo é mitigada por uma boa estruturação de governança corporativa, já que ao permitir o compartilhamento de informações e participação de todos os stakeholders de forma clara na condução da empresa, é propiciado que um crescimento sustentável, bem como uma captação de diversas rodadas de investimento, ocorra com muito menos atrito.

Ademais, os Investidores-anjos e gestores de venture capital, além de terem interesse direto no acompanhamento e controle de resultados de investimento, agregam suas experiências e atuam como mentores e conselheiros (consultivos em estágios mais iniciais ou de administração em estágios mais avançados) nas empresas investidas, tendo um papel fundamental na construção da governança corporativa. O que ajuda a criar uma cultura de integridade e transparência na preparação para o crescimento ao gerar segurança para todos e facilitar os processos de tomada de decisões estratégicas. Logo, para os investidores-anjos, garantir o foco na missão, adequar o planejamento da organização, monitorar os indicadores de crescimento, efetuar o acompanhamento financeiro e planejar a captação de recursos ao longo do tempo são elementos de mitigação de risco.

O grande desafio para eles é entender o perfeito equilíbrio entre os processos implementados, a energia e os recursos que os mesmos demandam, assim como o estágio de maturidade do negócio. Definir os principais pontos, medir seu impacto e revisar os mesmos ao longo do tempo devem ser tão parte do processo como é na definição de produtos ou serviços. Portanto, superando essa problemática, entende-se que a existência de processos que garantem compliance, transparência e conformidade com a legislação tornam essas empresas, ainda que com pouco tempo de existência, negócios confiáveis. Dessa maneira, startups são negócios que constroem seu futuro a cada momento, fazer isso com uma boa governança corporativa agregará valor e aumentará as chances de sucesso.

Fonte: itform